terça-feira, 20 de julho de 2010

Endereço novo


sexta-feira, 21 de maio de 2010

Drops musical #03 (Teenage Fanclub)

Estou escutando o novo CD do Teenage Fanclub. O novo trabalho saiu essa semana e é lógico que os fãs já correram atrás (leia-se internet, enquanto não chega por aqui). É a segunda vez que estou ouvindo, o que talvez ainda não me deixe seguro para escrever um longo texto sobre o álbum, mas me motiva a compartilhar com vocês o prazer que sempre é escutar qualquer coisa desses caras.

E isso nem é uma maneira de me afirmar como fã cego, daqueles que ignoram falhas de suas bandas preferidas. É que o Teenage Fanclub pode até ter seus defeitos e seus altos e baixos na carreira, mas ainda sim estão acima de muitas outras bandas do gênero, no qual eles possuem o status de "monstros sagrados"

Ainda não sei se esse é um disco que rivalize com Bandwagonesque ou Grand Prix, meus favoritos, ou com qualquer outro que seja o preferido de qualquer outro fã desse clube eternamente adolescente, mas sei que é bom pra caramba. Menos eu não esperava.

O single Baby Lee tem aquela melancolia ensolarada (se é que isso existe) de sempre e, ao lado de Sweet Days Waiting são as minhas preferidas por enquanto. Mas eu sugiro que você vá procurar as suas favoritas também, afinal esta é só a minha segunda audição do CD. E além do mais, ouvir todas pra escolher faz bem pra caramba.

E com vocês, Baby Lee, em uma apresentação da banda em Glasgow, Escócia, a casa dos caras:


segunda-feira, 3 de maio de 2010

A trilha sonora de nosso tempo - She & Him (Volume 2)

Não quero começar com aquela ladainha manjada de que a modernidade e as inovações tecnológicas permitem hoje certas coisas que há alguns anos seriam impossíveis e todo aquele blá, blá, blá. Tampouco vou dizer o que já foi dito aqui sobre toda a qualidade da dupla She & Him. Porém, entre o velho papo que explicaria o motivo de eu ter escutado Volume 2 poucos dias após o lançamento e elogiar as belas canções de Zooey e Ward, fico com a segunda opção.

Outro clichê seria falar sobre a maldição do segundo álbum. E sobre isso tenho uma teoria: com as tais inovações tecnológicas, é praticamente impossível que o fã não saiba o que vem no trabalho seguinte à estréia de uma banda. E a própria (neste caso a dupla) usa esse expediente para sacramentar e difundir seu estilo, sua cara, sua música.

Assim, a surpresa que Volume 1 causou transforma-se aqui em um sorrisinho de canto de boca, como se quiséssemos dizer um sonoro “Eu já sabia”. Em alguns casos isso pode jogar contra, mas não aqui. Mesmo sem surpresas, o conteúdo do disco agrada aos já adeptos e conquista novos, a cada vez que alguém desavisado o ouve.

É claro que tudo começa com um videoclipe engraçadinho com a deslumbrante Zooey Deschanel esfregando aqueles olhos azuis em nossas caras despudoradamente. O visual ajuda, ninguém é bobo de negar. Acontece que sem M. Ward ou até mesmo sem a voz que tem a atriz, tudo não passaria de uma coisa bonitinha de se assistir. É por isso que passado um minuto, “In the Sun” convence por si só. Quando você notar, nem estará mais prestando atenção no vídeo.

Depois é fácil se livrar dessa mania de querer ver tudo o que há no youtube com os dois (ou com ela) e começar a ouvir o trabalho inteiro. “Thieves” já traz aquele clima sessentista que perdura até o fim. Alguns artistas novos tentam isso com resultados desastrosos ou insossos. Com sua voz e delicadeza, Zooey não permite esse deslize.

Como nas covers “Ridin’in my car” da banda NBRQ, onde ouvimos a rara voz de M. Ward dando um toque preciso. No geral ficou fiel a original, só que menos acelerada e com um pouco mais de “gingado”. Já “Gonna get along without you now”, de Skeeter Davis, apesar de modernizada, preservou a atmosfera. Já imagino um filme ambientado nos anos 50, com aqueles carros antigos em alguma cidade pequenas dos EUA. Logo depois entraria outra cena, com “Brand New Shoes”, também com essa característica.

E, sinceramente, se eu quiser falar aqui de cada uma das outras canções do álbum, não vai ter fim. Basta que eu diga que, fora essas, minhas preferidas são a melancólica “Lingering Still”, a balada tristonha “Me and You” e a serena “Sing”.

Volume 2 permite que as análises sejam todas baseadas em gostos pessoais, estéticos, até. Como ando desinteressado do que se produz de “novo” hoje em dia, para mim é perfeito. Mas o mais importante é saber que She & Him leva muitos de nós a duas coisas: ir atrás dos álbuns solo de M. Ward (para os que não o conheciam) e discutir se Zooey Deschanel rende mais no cinema ou na música. Fico com os dois, se é que posso ter a múltipla escolha.

Bom, se não conhece, comece pelo vídeo mesmo:



terça-feira, 13 de abril de 2010

Vídeos (Lipdubs)

A postagem de hoje não fala sobre nada que seja novo. Nenhuma banda nova, nenhum livro que acabei de ler. Mesmo assim, é importante que eu esteja aqui tirando o pó.

Lipdub significa (mais ou menos) algo como "dublagem de lábios". Um grupo se reúne, coloca uma determinada canção para tocar e cria uma espécie de vídeoclip em que todos os participantes cantam um pequeno trecho ou mais da música. Importantíssimo para o sucesso da empreitada são dois fatores: o primeiro é que a câmera tem que ser muito bem conduzida, pois geralmente a gravação é feita em plano sequência e o espaço usado na maioria desses vídeos é bem grande. O segundo fator é o mais importante, pois determina que as pessoas dublem mesmo, e não fiquem apenas preocupadas com coreografias.

Vejamos alguns exemplos:

Flagpole Sitta (Harvey Danger)

Esse é meu favorito. Assisti há uns três anos quando a banda brasileira Wonkavision o usou para servir de exemplo para estimular seus fãs a criarem seus próprios lipdubs com as músicas do grupo. A banda é muito boa, essa música é demais e a menina que inicia o vídeo é uma gracinha.



I've Gotta Feeling (Black Eyed Peas)

Esse fez um pequeno sucesso recentemente. Não curti muito justamente porque o pessoal está mais preocupado em dançar do que propriamente com a dublagem. Ainda sim, tem um ou outro que se empenham.



Nine in the Afternoon (Panic at the Disco)

Jéssica Alba? Mesmo? Fiquei com preguiça de procurar confirmação. Bem feitinho também!



Footloose (Crazy Rockers)

Essa vale pela música escolhida, apesar da turma também ter se perdido ao se preocupar mais com a coreografia do que com a boca.


I Kissed a Girl (Kate Perry)

Ao lado do primeiro vídeo da lista, é o que melhor atende a proposta. As imagens falam mais do que qualquer coisa que eu possa dizer aqui.



Don't Stop Believing (Journey)

Em tempos de Glee, também vale a pena essa. Com a música original, já que só se tem ouvido por aí a versão do seriado.



Rebelion - Lies (Arcade Fire)

Outra que entra pela música, só por eu ser muito fã do Arcade Fire. Mas a interpretação também é das que priorizam o jogo de cena.



Esses foram alguns que achei. Encontrei até outros, não tão legais. Como disse, pode não ser novidade (e não é mesmo!), mas serve para tirar a poeira do blog. E se você conhecer um lipdub legal, coloca nos comentários, pô!

terça-feira, 9 de março de 2010

Vídeos (Marion Cotillard & Franz Ferdinand)

Parece que não vai mesmo parar em Scarlett Johansson a onda de atrizes "arrasa-quarteirão" que se arriscam no mundo da música.

O mais recente exemplo disso é a deslumbrante Marion Cotillard. Após ganhar um Oscar de melhor atriz por interpretar Edith Piaf em 2008 e concorrer a outra estatueta neste último domingo, como intérprete da música "Take it all", do filme Nine, ela aparece ao lado dos escoceses do Franz Ferdinand em um vídeo que poderia ser uma simples campanha publicitária da Dior, não fosse pela presença da bela e dos feras (argh, horrível essa!)



quinta-feira, 4 de março de 2010

Páginas e mais páginas - O Roteirista (Vinícius Pinheiro)

Minha geração não tem nada.

Pode parecer demais dizer assim, secamente. Mas é a realidade. Antes, os chamados "caras-pintadas" fizeram um certo barulho no começo dos anos 90. E por mais que eu ache que não foi lá essa coisa toda, é o último suspiro de um movimento popular de juventude.

Nós nascemos sob o estigma de não termos nada pelo que lutar. Durante os anos 60 jovens brigaram para que o país voltasse ao ter um governo democrático e liberdade. Nós, que nascemos no fim dos anos 70, não podemos nem mesmo dizer que "somos os filhos da revolução". Somos no máximo, os filhos da abertura política. E o que nos sobrou foi o exercício do saudosismo vazio praticado pelas universidades e a sensação de que "já foi bem pior, hoje está tudo muito bem!"

Vá lá que se diga que elegemos um presidente de esquerda vindo do povo. Tudo bem, mas isso não é necessariamente um feito da "galerinha" das faculdades, e sim do próprio povo que queria ver uma mudança.

Sob esse aspecto, O Roteirista - Uma fábula vulgar, de Vinícius Pinheiro, é, por assim dizer, sobre essa geração. Em pouco menos de 200 páginas, Vinícius discorre sobre as angústias de se ter entre 27 e 32 anos. É claro que não é “o” romance definitivo, mas ainda assim, é um relato bem fiel, do ponto de vista emocional.

Talvez nossa angústia seja não ter angústias. E aí as inventamos. Nossos relacionamentos não são estáveis, tanto com amores quanto com amigos, achamos sempre que somos subvalorizados em nossos subempregos, sem perceber que a gente mesmo é que encara tudo com um subinteresse típico de quem parece nunca estar indo a algum lugar.

O Roteirista - Uma fábula vulgar conta a história de Alberto Franco, estudante de cinema e balconista de uma farmácia. Casado (apenas mora com a mulher) e vivendo diversos casos passageiros que lhe rendem peso na consciência, Franco goza de certo prestígio nos círculos que frequenta, tudo por conta de seu aclamado roteiro. Todos sabem que é algo que pode mudar a história e o modo de fazer cinema no país. Amigos querem participar, a faculdade quer bancar e até mesmo os colegas de farmácia sabem da importância da obra de Alberto Franco.

Só tem um problema: O roteiro não existe!

Através dessa fábula, Vinicius constrói a trama de uma forma muito bem elaborada. Destacando sempre as características tão comuns a caras como Alberto Franco ou tantos outros que conheço por aí (me incluo nessa). Desespero por não saber o que ou quem quer para sua vida, egoísmo, rancor, a procura vazia por aplacar dores que só existem porque não se conhece nada pior.

Pode não ser uma obra de arte (ainda não sei se gostei do final). Mas com esse livro, de 2007 e que só li agora, Vinícius Pinheiro traça um pequeno perfil do que é sua geração. E como, assim como eu, ele nasceu em 1979, eu sei do que ele está falando. Ou pelo menos acho que sei (o que não deixa de ser típico).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Lá no alto da estante: Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho - Ao vivo em Tatuí (1992)

Ouço as novidades. E sempre que acho relevante, as trago até aqui. Mas como filho de professor de história não posso deixar de olhar para a única coisa que temos de verdadeiramente nosso: o passado. Esta seção é para falar dos discos com o coração. Muito menos resenha, muito mais relatos sentimentais da importância que clássicos da música tiveram em minha vida. E na de vocês, quem sabe?



Música sertaneja é, hoje em dia, motivo de desconfiança. Não é para menos. Afinal, desde os anos 80 que duplas de vozes esganiçadas produzem uma música “qualquer nota” sob este rótulo e ganham notoriedade baseando-se em um suposto gosto popular duvidoso e carente de coisa boa de verdade. Mas nem sempre foi assim. Há, na raiz da música caipira, muito da poesia e do lamento do homem do interior. Coisa que não vemos hoje em dia, tempo em que o mais importante é “beber, cair e levantar” ou “pegar mulher”.

Em homenagem ao Pena Branca, que morreu este mês e fazia parte de uma das melhores duplas do país no estilo, abro uma seção de clássicos neste blog. E começo com um dos discos mais importantes e respeitados do gênero. Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho, ao Vivo em Tatuí.

Renato Teixeira, dono do show e pouquíssimo reconhecido como um dos maiores compositores brasileiros, começa a apresentação com Amanheceu, peguei a viola, acompanhado pela dupla de irmãos. A platéia simplesmente aplaude e se cala para ouvir. Não há necessidade de frenesi. Mais do que cativar o público com o som da viola, ele tem o que dizer. É preciso ouvir, captar, entender. Emenda com Chalana, Rio de Lágrimas e Raízes. Todos clássicos do repertório caipira.

Aí volta a dupla pra acompanhá-lo na obrigatória Romaria. Catarse através de vozes que carregam todo o sofrimento do homem do campo. Mal se encerra em palmas o lindo momento e o anfitrião avisa “Agora vocês ficam com os “mano véio” aqui, ouvindo a essência da beleza da música caipira” e completa dizendo que Pena Branca e Xavantinho são a maior dupla do país. A simplicidade dos dois é comovente, e eles entram com uma versão devastadora de Cio da Terra, perfeita para essas vozes. Assim como as belíssimas Canção do Povo de um Lugar e Cuitelinho, também deixadas aos cuidados da dupla.

E o desfile de lindas canções continua. Eu nunca conseguirei entender como gente como essa não é hoje referência e continua à margem do chamado “grande mercado”. Nunca compreenderei como ainda tem gente que não conheça genialidades como Vide, Vida Marvada (“...É que a viola fala alto no meu peito humano / E toda moda é um remédio pros meus desengano / É que a viola fala alto no meu peito, mano / E toda a mágoa é um mistério fora desse plano...”). Depois vem Tocando em Frente, com um lirismo de cortar o coração. Raras vezes um compositor (a canção é de Renato em parceria com Almir Sater) versou tão bem sobre a vida, amores, vitórias e derrotas.

E como ninguém grita, aos quatro ventos, que Amora é uma das mais fantásticas canções de amor da música popular brasileira? Assim como Jardim de Fantasia. E para que ninguém diga que é só tristeza, quando se precisa de música de festa, também não há igual. Meu Veneno, Quebra de Milho e De papo pro á garante a animação.

Nesse disco, assim como em quase toda a produção sertaneja, há espaço para composições de outras pessoas. Vaca Estrela e Boi Fubá, por exemplo, é de Patativa do Assaré, poeta que, como ninguém, descreveu a vida do nordestino. Parece feita sob medida para as vozes de Pena Branca e Xavantinho.

A platéia até participa, faz um coro bonito em Chuá, Chuá e brinca com Renato Teixeira em Rapaz Caipira, que ele compôs para acabar com o preconceito que sempre existiu. E canta “...Que me importa o seu preconceito, que me importa?...” com o “r” bem puxado.

Escrevi esse texto com o coração. O coração de menino de família caipira que acordava nas manhãs de domingo com Amanheceu, peguei a viola na abertura do Globo Rural. O coração de quem reconhece a poesia não em textos complicados cheios de palavras inventadas, mas sim na simplicidade que o ser humano tem a oferecer. Pode ser que tenha sido um texto apaixonado e que isso comprometa um pouco a forma, mas nunca a beleza do disco analisado aqui. E quer saber do que mais? “Que me impoRRRRRta?”

Amora (Vídeo e letra)
Composição: Renato Teixeira



Depois da curva da estrada
Tem um pé de araçá
Sinto vir água nos olhos
Toda vez que passo lá

Sinto o coração flechado
Cercado de solidão
Penso que deve ser doce
A fruta do coração

Vou contar para o seu pai
Que você namora
Vou contar pra sua mãe
Que você me ignora

Vou pintar a minha boca
Do vermelho da amora
Que nasce lá no quintal
Da casa onde você mora.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Hornbyanas (Top 20 LOST - parte 3)

Finalizando a lista, aí vão os meus dez episódios preferidos de todas as cinco temporadas de LOST. Hoje é o dia em que começa o sexto e derradeiro ano da série. A ansiedade não podia ser maior.
Seguindo o desafio do amigo André Leite, os meus Season Finalle preferidos, na ordem, são:

1º - s5ep16/17. The Incident
2º - s4ep12/13/14. There's No Place Like Home
3º - s3ep22/23. Through The Looking Glass
4º - s2ep23/24. Live Together, Die Alone
5º - S1 ep23/24/25. Exodus

Parece óbvio, mas para mim a sequência é essa mesma. O último episódio de cada temporada foi melhor que o da anterior.

Agora, chega de papo. Segue a minha lista. Concordem, discordem, comentem!

10º lugar - s2ep14. One Of Them

Sinopse: Rousseau leva Sayid até um prisioneiro no meio da selva. Este afirma ser Henry Gale, que caiu na ilha com seu balão. Porém, a francesa consegue fazer com que o iraquiano fique cismado, o que acaba gerando muita dor para o novo hóspede da escotilha.
Razões: Se tem um personagem que, sozinho, segura um episódio inteiro, este é Benjamin Linus, o verdadeiro nome do capturado Henry Gale. O mais importante aqui é a mitologia da série, pois vemos pela primeira vez um personagem que só cresceu dentro do seriado e que até hoje ninguém sabe se é um dos caras bons ou maus.

9º lugar - s5ep07. The Life and Death Of Jeremy Bentham

Sinopse: Até então sabemos que Locke morreu e que isso leva os “Oceanic Six” de volta à ilha. Vemos então sua jornada, desde a saída de lá até o momento em que sua vida chega ao fim.
Razões: Os mistérios que envolvem Locke na sequência dos acontecimentos não elucidam ainda o motivo de sua morte ser decisiva para o retorno de seus companheiros. Mas esse episódio, apesar de morno no sentido da ação, é envolvente. Até mesmo Walt aparece. No fim, a cena do suicídio / assassinato é surpreendente.

8º lugar - s1ep01/02. Pilot

Sinopse: Jack abre os olhos e percebe que está no meio da selva. Ouve gritos e outros barulhos e vai em direção a eles. Percebe que o avião em que estava caiu em uma ilha e que, assim como ele, algumas pessoas sobreviveram.
Razões: Impossível deixar de fora o começo de tudo. Logo de cara, o primeiro contato de Jack com Kate, mortes, desespero e o mais instigante de tudo: o monstro de fumaça. Provavelmente o que garantiu a atenção dos espectadores, que até então deviam achar que essa seria somente uma história sobre pessoas perdidas em uma ilha deserta.

7º lugar - s3ep08. Flashes Before Your Eyes

Sinopse: Vemos o que aconteceu com Desmond depois da explosão da escotilha. É o primeiro momento em que aparece a viagem no tempo
Razões: Desmond parece ter papel fundamental em toda a complexidade da história. A importância dessa trama é justamente a de mostrar, pela primeira vez, a viagem da mente dele através do tempo, prenúncio de um capítulo essencial para o personagem e também para a quinta temporada, que começa com essas viagens temporais. Além disso, acontece a previsão de que Charlie irá morrer.

6º lugar - s3ep04. Every Man For Himself

Sinopse: Para garantir que nenhum de seus prisioneiros tente fugir do cativeiro ou faça algo que atrapalhe seus planos, Ben aplica um golpe no maior trapaceiro que conhecíamos até então na ilha.
Razões: Benjamin Linus não havia mostrado todo o potencial que foi surgindo ao longo do tempo e que faz dele um dos principais personagens da série. Ele deixa Sawyer destruído com o fictício marca-passo que implanta nele. E a revelação final é uma das responsáveis pela transformação do personagem de vigarista em um cara melhor. Ben ainda solta uma das frases antológicas do seriado: “Você é um grande golpista, mas nós somos melhores.”



5º lugar - s3ep22/23. Through The Looking Glass

Sinopse: Enquanto uma parte dos sobreviventes caminha em direção à torre de rádio, Charlie e Desmond estão garantindo que o sinal não seja mais interrompido. Há também Sayid, Jin e Bernard, que ficam no acampamento da praia para surpreender os “outros”.
Razões: Tensão do começo ao fim (parte 1). Não há um momento do Season Finalle da terceira temporada em que o espectador possa parar para respirar. Com três núcleos, cada corte de câmera revela um problema maior que o anterior. Há o encontro da turma de Jack com Ben e a revelação de que Rousseau é mãe da Alex. Na praia, Jin não acerta seus tiros. Bakunin e duas mulheres na estação subaquática fazem de tudo para atrapalhar a missão de Charlie e Desmond. Até mesmo a rejeição sofrida por Hurley é um elemento dessa tensão. Ele, aliás, vai à forra e, para a alegria dos fãs, é quem salva a turma da praia da morte certa.
Charlie, por sua vez, não consegue escapar de seu destino tão certo. A morte do roqueiro é o momento mais triste de todas as cinco temporadas.

4º lugar - s4ep12/13/14. There's No Place Like Home

Sinopse: Season Finalle da quarta temporada. São revelados os eventos que levaram os “Oceanic Six” a finalmente sair da ilha
Razões: Tensão do começo ao fim (parte 2). Quando todo mundo está indo para a pancadaria, no final da primeira parte desse episódio triplo, dá para sentir o frio na espinha. Mr. Keamy, o mercenário contratado para levar Ben da ilha, não dá sossego. Mas imagine o que acontece quando Sayid e Kate se juntam aos outros? A porrada come solta e não sobra ninguém para contar história. Resta ao iraquiano rolar no chão com o grandalhão. E vencer a luta. Mais tarde, descobrimos que isso não é suficiente e Keamy volta, babando ainda mais sangue e disposto a tudo. Mesmo com o vilão mostrando um bracelete que controla os seus batimentos cardíacos para que o cargueiro com o qual chegou na ilha exploda no caso de sua morte, matando muitos inocentes, Ben não pensa duas vezes em atacar o assassino de sua filha, matando-o.
Na outra ponta dessa trama, Sawyer vira bom-moço e pula do helicóptero para garantir que os companheiros cheguem ao seu destino. Logo depois, o cargueiro explode, supostamente matando Jin. Vemos, também, o reencontro de Desmond e Penny.

3º lugar - s4ep09. The Shape Of Things To Come

Sinopse: Os mercenários de Widmore cercam a Vila Dharma para capturar Ben. Depois de matar Rousseau e Karl, Mr. Keamy sequestra Alex e chantageia seu pai para que se entregue. Depois de assassinar a garota, os caçadores passam a ser caçados pela fumaça negra, invocada por Ben.
Razões: Mais um daqueles episódios transbordando suspense e emoção, como foram os finais da quarta e da quinta temporadas. Todo o período de negociação entre Keamy e Ben prende a respiração do espectador. A morte de Alex e a revelação de que Ben comanda o monstro de fumaça são os pontos altos. Outro mistério começa a ser criado nesse episódio: o sumiço de Claire.



2º lugar - s4ep05. The Constant

Sinopse: Enquanto está em um helicóptero, a caminho do cargueiro que está próximo à ilha, Desmond começa a sentir-se estranho. Sua consciência viaja no tempo e ele descobre que precisa encontrar a constante (um elemento presente nas duas pontas dessas viagens) para isso não causar sua morte.
Razões: O principal motivo para que eu desse a medalha de prata para esse episódio é que ele é, do ponto de vista da dramaturgia, uma obra-prima. Na verdade, pouco influencia no desenrolar do que é importante para a quarta temporada (talvez um pouco na quinta, por conta das questões envolvendo Daniel Faraday), mas parece um curta-metragem muito bem construído. A atuação de Henry Ian Cusick (Desmond) também garante que esse seja um dos pontos altos da história. Destaque para o momento em que Desmond e Penny conversam por telefone depois dela o procurar por anos. O episódio é tão forte que essa cena é mais emocionante do que o reencontro físico dos dois.


1º lugar - s5ep16/17. The Incident

Sinopse: Em 1977, Jack decide explodir uma bomba de hidrogênio para, quem sabe, zerar os eventos que levaram os sobreviventes do voo da Oceanic até lá. Enquanto isso, no tempo presente, Locke exige ser levado a Jacob e são Richard e Ben que farão isso.
Razões: Talvez por si só esse episódio não ficasse em primeiro lugar. Mas ao escolhê-lo para esse posto, faço uma espécie de justiça comigo mesmo. Se não usasse o critério de listar a mesma quantidade de episódios de cada temporada, a quinta teria ao menos umas oito vagas dentro dessas vinte escolhidas. Foi disparado o ano mais empolgante da série, além de ter sido divertido para o fã em diversos momentos, como nas viagens temporais que acabaram sendo uma forma de mostrar como aconteceu cada um dos eventos que fazem parte da mitologia da ilha, como a queda do avião nigeriano, por exemplo.
Finalmente conhecemos o tão citado Jacob, e o vemos interagindo com alguns dos sobreviventes, antes da queda. Chegamos também ao dia em que acontece o igualmente conhecido "incidente". O final é tão envolvente, que para aqueles que assistiram na época em que passou originalmente, a sensação predominante era de melancolia pela certeza de que a próxima temporada ainda demoraria para vir.
Juliet morreu ou não? A bomba explodiu? Sayid vai sobreviver aos ferimentos? O melhor momento é a primeira briga de verdade entre Jack e Sawyer, o que já deveria ter acontecido desde a primeira temporada. Destaque para o diálogo inicial, entre Jacob e seu inimigo, aos pés da estátua misteriosa.
Diferente de todos os outros episódios, este termina com tela branca e letreiro em preto, uma provocação, usando as cores representativas do bem e do mal, algo que talvez tenha tudo a ver com o desfecho de LOST.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Hornbyanas (Top 20 LOST - parte 2)


Aí vai a primeira parte da lista dos 20 melhores episódios de LOST. São os episódios que estão entre o vigésimo e o décimo-primeiro lugar no meu coração de fã. Espero que concordando ou não, comentem.

20º lugar - s4ep11. Cabin fever


Sinopse: Depois de muita insistência de um e enrolação de outro, Ben finalmente leva Locke à cabana de Jacob. No cargueiro, Sayid tem a certeza de que sua tripulação quer mesmo é acabar com todo mundo na ilha. Assim, decide voltar e avisar todos.
Razões: O tanto de pequenos detalhes que remetem cada um a um pedaço diferente da trama é o que assegura esse episódio na lista. O sonho de Locke com Horace, o mistério do corpo do médico que chegou à praia antes de sua morte, a infância de Locke, o dispositivo no braço do sinistro Mr. Keamy, Claire na cabana. Morreu ou não?
Por fim, ainda ouvimos: “Teremos que mover a ilha”. Sensacional!

19º lugar - s1ep18. Numbers

Sinopse: Hurley vai procurar Danielle Rousseau, atormentado por uma sequência numérica que ele viu entre as anotações da francesa. No flashback descobrimos que ele ganhou uma fortuna na loteria com esses mesmo números. E isso só lhe trouxe azar na vida.
Razões: Primeiro flashback do personagem mais carismático da série. Aqui nos deparamos pela primeira vez com os famosos números (talvez o elemento mais popular da mitologia do seriado). Hoje todo mundo sabe de cor que eles são 4, 8, 15, 16, 23, 42 e até na mega-sena essa combinação é usada por alguns. Mas até o momento não foi esclarecido o mais importante: o que eles representam.

18º lugar - s2ep13. The Long Con

Sinopse: Depois que Sun é atacada, começa uma discussão sobre quem deve ficar responsável pelas armas encontradas um tempo antes. No flashback vemos Sawyer aplicar seu maior golpe em uma mulher por quem acaba apaixonado.
Razões: Talvez seja o episódio em que melhor se trabalha os acontecimentos do passado em equivalência aos do presente. Durante toda a discussão das armas, Sawyer parece alheio, mas uma reviravolta no fim mostra que tudo foi minuciosamente planejado por ele (inclusive o ataque a Sun). É o grande golpe que ele aplica em todos. E pelo que me lembre, provavelmente foi a última grande canalhice.

17º lugar - s1ep15. Homecoming

Sinopse: Depois de ser sequestrada, Claire volta para o acampamento. Ao vê-la traumatizada e sem memória, Charlie promete que fará de tudo para protegê-la dali para frente. O grande problema é que Ethan também está de volta.
Razões: O primeiro problema real que os sobreviventes precisam enfrentar com os habitantes da ilha. Talvez seja o início da guerra declarada aos “outros”. Por mais que se planejem, estão em desvantagem, simplesmente por estarem em território inimigo. Mas um plano infalível acaba propiciando a captura de Ethan, tudo finalizado com chave de ouro pelo surto de Charlie que descarrega um revólver no peito do inimigo.

16º lugar - s2ep22. Three minutes

Sinopse: Descobrimos o que aconteceu com Michael enquanto ele estava com os “outros”. Ao mesmo tempo, Mr. Eko assume a função que Locke renega depois de algumas revelações e Charlie não sabe como lidar com o fato de que o nigeriano abandonou a construção da igreja em que trabalhavam juntos.
Razões: Vemos o acampamento dos “outros” pela primeira vez, e mesmo que nada seja muito bem esclarecido, isso por si só é importante por dar mais complexidade à trama toda. A morte de Ana Lucia e de Libby choca, ainda mais a da namoradinha do Hurley, que pagou o pato a toa.

15º lugar - s1ep11. All the Best Cowboys Have Daddy Issues

Sinopse: Ao mesmo tempo em que um censo indica que um dos habitantes do acampamento não estava no voo, Claire e Charlie são raptados (adivinha por quem?). Nas buscas, Locke e Boone encontram algo metálico no meio da selva e decidem tentar descobrir do que se trata.
Razões: O começo de toda a reviravolta para a segunda temporada começa aqui. Em alguns episódios viríamos a descobrir que essa descoberta é a escotilha. Também vemos Ethan dar uma surra em Jack e quase matar Charlie ao deixá-lo para trás enforcado em uma árvore. Isso deixa o roqueiro perturbado e sentindo-se culpado pelo rapto de Claire.

14º lugar - s2ep07. The other 48 days

Sinopse: São apresentados os sobreviventes da cauda do avião e seus dramas iniciais na ilha, de forma resumida, desde a queda. E quando Goodwin mostra suas verdadeiras intenções, entendemos o motivo para que eles tenham tanto medo dos “outros”.
Razões: É um desses episódios de apresentação, típico de começo de temporada. Mesmo resumindo bastante, apresenta todas as questões que permearam esse grupo de sobreviventes. Além disso, esperamos o tempo todo pelo momento em que Ana Lucia atira em Shannon (acontece no episódio anterior), já que até aí não sabíamos que a loirinha iria ou não morrer.

13º lugar - s5ep08. LaFleur

Sinopse: Os clarões e viagens no tempo acabam. Sawyer, Juliet, Miles, Faraday e Jin acabam “estacionados” nos anos 70. Depois de salvarem a vida de um membro da Iniciativa Dharma, entram para o grupo. Descobre-se também que três anos depois eles ainda estão lá.
Razões: É difícil escolher um episódio da quinta temporada, já que esta é a que mais rendeu coisa boa. Esse aqui entrou no lugar de “Jughead” na última hora. Fecha uma sequência de três episódios sensacionais (“316” e “The Life and Death of Jeremy Bentham”). Vemos a transformação de Sawyer e sua redenção. Não é mais o canalha golpista. Aqui, claramente se transforma no herói da trama.

12º lugar - s3ep21. Greatest hits

Sinopse: Sabendo, através dos avisos de Desmond, que vai morrer, Charlie começa a lembrar dos cinco melhores momentos de sua vida até ali. Um “greatest hits”.
Razões: Esse episódio prepara o fã para aquela que foi a morte mais emocionante de um personagem. O tom de despedida está lá, durante o tempo todo do episódio. A ação chega até a ficar em segundo plano. Charlie sempre foi coadjuvante, mas propiciou em seu final um dos momentos mais tristes de toda a série.

11º lugar - s5ep10. He's our you

Sinopse: Depois de capturado e aprisionado pela Iniciativa Dharma em 1977, Sayid não quer cooperar, nem mesmo com seu antigo companheiro Sawyer/LaFleur. Ao mesmo tempo, um Benjamin Linus de 12 anos se oferece para ajudá-lo, convencido de que o iraquiano é um dos “hostis”.
Razões: Quando Sayid é levado a Oldham, um maluco que vive em uma tenda no meio da floresta e que supostamente ira fazê-lo falar, ele pergunta ao Sawyer quem é aquele sujeito. A resposta é o título do episódio. Só isso já vale. Mas também há o quarteto amoroso se confrontando pela primeira vez depois do recrutamento de Jack, Kate e Hurley.
Se “LaFLeur” encerra um trecho importante da quinta temporada, esse episódio inicia outro. É o pontapé inicial para todos os eventos que irão culminar no season finalle.

Terça-feira, a conclusão, com meus dez favoritos.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Hornbyanas (Top 20 LOST - parte 1)

A postagem de hoje prepara meus três ou quatro leitores para duas outras que resolvem de uma vez só dois anseios que me acompanham há alguns meses: a vontade e necessidade de falar sobre LOST, a melhor série de TV da atualidade, e a intenção de ter no blog uma sessão com as famosas listas hornbyanas que preenchem meu dia-a-dia. Por isso, caros amigos, às vésperas da estréia da sexta e derradeira temporada do seriado, divido com vocês o que é, na minha modesta opinião, o TOP 20 de LOST.

Serão duas partes. A primeira será publicada na sexta-feira (29/01). A segunda, na terça-feira (02.02), dia em que vai ao ar o primeiro episódio da última temporada. O motivo de serem vinte os escolhidos é simples: a média de episódios por temporada. E posso lhes garantir que mesmo com esse número alto, foi um drama, já que tive que deixar muita coisa boa de fora.

Algumas observações se fazem necessárias:

1 – Ser um season premiere ou season finale não significa figurar entre os melhores. Pra mim, nem todos os primeiros ou últimos episódios foram bons no todo, o que me leva a uma segunda observação.

2 – O início de algumas season premiere são verdadeiras jóias. Em "Man of Science, Man of Faith" (s2ep01) a forma como mostram o que há dentro da escotilha é sensacional. Em “A Tale of Two Cities” (s3ep01) vemos que os “outros” são organizados e civilizados, ao contrario do que pensaram por duas temporadas os sobreviventes do voo 815 (e nós também). E, finalmente, em “The beginning of the end” (s4ep05) acompanhamos uma eletrizante perseguição de carro que termina com a prisão do motorista, Hurley, fora da ilha.

3 – Foi realmente difícil escolher vinte. Mais difícil ainda foi determinar em que posição cada um deles ficaria na lista. Decidi equilibrar bem a escolha e a única exigência que fiz a mim mesmo foi a de que deveriam ser quatro episódios de cada temporada. Por isso, alguns outros ficaram de fora por puro azar, já que dentro de sua temporada de exibição, a concorrência era brava. Vou listar (e apenas listar) alguns desses que ficaram de fora

s1ep09 – “Solitary” (Sayd encontra Rousseau)
s1ep20 – “Do no harm” (morte de Boone e nascimento de Aaron)
s2ep17 – “Lockdown” (Locke fica preso em uma porta corta-incêndio e vê um mapa)
s3ep10 – “Tricia Tanaka is Dead” (Hurley encontra uma Kombi)
s3ep14 – “Exposé” (Paulo e Nikki)
s3ep17 – “Catch-22” (chegada de Naomi)
s5ep12 – “Dead is dead” (o julgamento de Ben pelo monstro de fumaça)
s5ep14 – “The Variable” (Sandices de Daniel Faraday e sua morte)

Mas enfim, esses não entraram na seleção final, então vale o que estará aqui na sexta-feira. Mais uma vez deixando claro que essa é uma escolha minha, sem a mínima intenção de ser definitiva ou conclusiva em nada. Comentem, concordem, discordem, vamos lá!