segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Agência E.C de Notícias de Segunda

(Notícias de segunda mão, toda segunda-feira.)

(Edição especial)

Para quem ainda não sabe, morreu na última quinta feira, dia 06, o diretor de cinema John Hughes. Ele tinha 59 anos e sofreu um ataque cardíaco. Hughes dirigiu, entre outros, Curtindo a Vida Adoidado e Clube dos Cinco, além de ser roteirista de filmes como Alguém Muito Especial, Esqueceram de Mim e muito mais (confira aqui a lista completa). Foi, não só para mim, absoluta inspiração na infância e adolescência. E é por isso que esta edição da Agência. E.C é dedicada exclusivamente a ele.

Minha geração cresceu querendo ser Matthew Broderick e apaixonada por Molly Ringwald. E o mérito é quase exclusivo do diretor. Hughes enxergava o universo jovem dos anos 80 com uma maestria que pouca gente conseguiu naqueles tempos prodígios em exageros. Mais do que entender, transmitia isso com brilhantismo em trabalhos que, apesar de serem, nunca soaram datados.

Outro fator importantíssimo é que ele nos ensinou a gostar de finais felizes. Os chamados “filmes de sessão da tarde” têm, em sua maioria, a estética John Hughes, mesmo quando não eram dele. A trama quase sempre envolvia o garoto que se apaixona pela garota mais popular do colégio para depois descobrir que quem vale a pena mesmo é a sua amiga esquisita (vide Mary Stuart Masterson). Na época não entendíamos muito bem esse conceito, mas isso acabou tornando-se um ensinamento, o seu legado.

Éramos crianças, no máximo pré-adolescentes, mas esses filmes formaram, ouso dizer, nossa maneira de enxergar a vida. John Hughes criou muito mais que belas (mesmo que bobas) comédias românticas com a cara de uma década. O cineasta é até hoje referência para quem era fã de seus trabalhos. De um jeito ou de outro, em maior ou menor escala, crescemos tentando viver aquelas histórias.

Hoje em dia, vivendo nossas rotinas esmagadoras, não deixa de ser reconfortante parar um pouco no bar e relembrar cenas inteiras com os colegas de geração. Para quem não conhece seus filmes, talvez soe estranho, mas o certo é que narrando alguns dias da vida de personagens comuns, John Hughes nos ensinou que há beleza, e que trazê-la à tona é muito simples. Extremamente simples!

Abaixo, três vídeos:

O primeiro é uma montagem feita após a sua morte, com cenas de filmes que ele dirigiu e/ou roteirizou, ao som de Baba O’Riley, do The Who.

O segundo é a cena final de “Alguém muito especial”, meu filme favorito (escrito por ele) e com um dos finais mais bacanas, em que Eric Stoltz troca Lea Thompson por Mary Stuart Masterson.

O terceiro é o trailer de um documentário sobre o diretor que está sendo produzido já há alguns anos. Também saiu depois de sua morte, na última quinta feira, dia 06.







(Próxima segunda-feira, mais notícias de segunda mão.)

3 comentários:

  1. Nem sou tão da sua época, sou mais fedelhinha, mas entendo qdo vc fala da tal atmosfera sessão da tarde. Esses filmes todos viviam passando nas tardes da Grobo, não tem como não ter visto pelo menos um. Dá uma saudadinha...
    E não venha me jogar na cara que nunca vi Curtindo a Vida Adoidado pq não é bem assim, só não assisti inteiro parada na frente da TV, é diferente! rs
    Realmente foi uma grande perda - e eu sabia que vc ia acabar escrevendo sobre isso.
    Beijos

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  2. Dom Mimi de las Maresias Buenas10 de agosto de 2009 às 22:11

    Quem tem mais de 30 anos sabe que o Hughes é o cineasta mais importante daquela epoca.

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  3. John Hughes olhou bem as sutilezas da década mais absolutamente inútil do século XX. Tá registrado na memória afetiva de uma geração e entender os anos 1980 significa passar por Hughes.

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