sexta-feira, 20 de março de 2009

A sétima e algumas outras (Watchmen, o filme - 2009)

Eu não li Watchmen. Ainda. Aconselhado por um amigo deixei a HQ (que tenho em formato JPEG no PC) de lado por um momento e decidi ver o filme antes. Tenho a nítida sensação de que não me arrependerei. Não que ache que a revista seja inferior, muito longe disso, mas, ao sair do cinema amplamente realizado com a obra cinematográfica, eu tive a percepção do que ele me falou ao dar o conselho. Quem leu vai sabendo (mais ou menos) o final e vai ficar mais preocupado em encontrar os erros e o que faltou.

E pelo que eu sei, faltou muito do que está nos 12 volumes desta obra prima de Alan Moore. Mas como não a li, não é com essa parte que eu devo me preocupar.

A parte com que eu devo me preocupar começa com a trilha sonora arrasadora. Apesar de perder a força ao longo das duas horas e meia da história, a trinca inicial, com Unforgetable (Nat King Cole), The Times They Are A-Changin' (Bob Dylan) e Sound of Silence (Simon and Garfunkel) já garante a nota alta. Daí pra frente o que vem é só pra cumprir tabela. Outro aspecto que me impressionou foi o som do filme. Muito detalhado e com um cuidado raro (afinal em filmes de ação a impressão que dá é que basta colocar explosões e tudo bem, né?

Das atuações não se pode falar muito. Tirando Jackie Earle Haley (Rorschach), com uma atuação impecável, todo o restante do elenco semi-desconhecido passa despercebido. O ótimo Billy Cudrup se esconde por trás de todo brilho azul de seu personagem Dr. Manhathan e Jeffrey Dean Morgan (Comediante) até valoriza cada minuto seu em cena. Já as atuações da ex-lorinha Malin Akerman, agora ruiva, e Patrick Wilson beiram a canastrice. Não que essa seja uma crítica, pois acho que seus personagens pedem isso. E, de qualquer maneira, não dá pra levar tão a sério um personagem chamado Coruja.

O mesmo amigo que me deu o conselho do começo desse texto disse: “Prepare-se para ver o melhor filme de super-heróis da sua vida”. Pra variar, não sei se tenho uma opinião formada sobre isso. A história é tensa (e densa), os personagens complexos e “antipáticos”. Tem um certo humor negro e altas doses de violência. Pelo que sei (ainda baseado no fato de não ter lido) é bem fiel ao que escreveu Alan Moore, apesar dele sempre rejeitar as versões para cinema de sua obra. E tudo o que é fiel a uma HQ “pesada” como essa acaba sendo de difícil digestão no cinema também.

O que faz com que esse filme não seja para qualquer um. Não que eu ache os fãs da série e do filme uma elite intelectual. Mas não é como ver Homem Aranha ou Batman, super-heróis que fazem parte da cultura pop mundial e sempre atraem um público muito mais abrangente e que na maioria dos casos não conhece a mitologia de cada personagem. Quem vai ao cinema para ver o romance entre Tobey Maguire e Kirsten Dunst sequer imagina que o uniforme negro tenha surgido em uma guerra ocorrida em outro planeta ou que muito antes de Mary Jane Watson, existia uma Gwen Stacy (que só aparece como mera coadjuvante no terceiro filme da série).

Bom, momento desabafo nerd acaba aqui.

Em Watchmen isso não acontece. Não há romancezinho para acompanhar (embora tenha casal e aconteça sexo). Não recomendo que você vá ver o filme sem ser fã, ao menos, de histórias em quadrinhos de uma maneira geral. Pois se for,mesmo que não tenha lido esta, como eu, vai sacar qual a graça de tudo.

Enfim, já me estendi demais. Vou ler Watchmen, a HQ!

3 comentários:

  1. Porra, era brincadeira, não precisava "quotar".

    Mas depois dos dois Batman e de Watchmen (e, pela turma mais "alegrinha", Iron Man) até o ótimo Homem-Aranha 2 ficou com cara de filminho pra criançada.

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  2. Você bem sabe que em plena sexta-feira, com o bando de imbecis que não calavam a boca nas poltronas próximas e um filme longo, essa não foi a melhor sessão de cinema da minha vida. E, como vc disse, talvez não seja a opção ideal para quem não é fã de HQ (já que Turma da Mônica não vale... rs)
    Mas, de uma forma geral, até gostei do que vi na telona. A trilha sonora, já ressaltada por vc, rouba a cena e a sequência inicial é fantástica, parece não ter empolgado apenas a cambada de infantilóides que infelizmente estava na mesma sala.
    Quanto às atuações, a da menina é sofrível demais, enquanto o cara que interpreta o Rorschach está fenomenal, unindo rabugice, humor e desilusão.
    Resultado da equação: achei que fosse curtir mais o filme, mas algo acabou se salvando. A história, que não conhecia pq nunca gostei muito desse tipo de quadrinho, é muito boa. Existe uma chance maior de eu gostar dos gibis.

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  3. não entendo porque essa celeuma ,curta o filme ou leia o gibi.sempre com prazer

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