segunda-feira, 27 de abril de 2009

A sétima e algumas outras (Nick and Norah's infinite playlist - 2008)

A minha predileção por comédias românticas não é segredo para ninguém. Até mesmo para aqueles que não me conhecem, isso se faz notar na descrição que faço de mim mesmo aqui ao lado. A origem dessa minha preferência pode passar por diversos fatores, mas acho que posso elencar como principais motivos a veracidade que enxergo nas histórias contadas e a minha infância repleta de comédias típicas dos anos 80 (filmes de John Hughes e cia). Para mim, pouco importa tentar entender ou explicar. É assim e pronto.

Mesmo assim eu sinto como que se precisasse me defender quando venho aqui para falar de um filme desse gênero. Existe um sentimento comum por aí que enxerga e sempre vai enxergar esse tipo de produção como uma coisa menor, como se o fato de um filme não mudar radicalmente sua vida ou sua forma de pensar sobre questões importantes fosse um defeito. Nunca encarei assim e sou um ferrenho defensor do “entretenimento pelo entretenimento”, chegando a ficar com raiva dessa patrulha ideológica chata pra cacete.

Nick and Norah’s infinite playlist vem bem a calhar nesse desabafo. Alguns poderão dizer que este é um filme que basicamente pega carona no sucesso de Juno, que retrata uma turma muito específica de jovens americanos (Michael Cera, coadjuvante de Juno, é o protagonista aqui). E talvez essa análise até não seja totalmente equivocada, só que mais uma vez eu pegunto: O que há de mal nisso?

Nick acaba de ser chutado por sua namorada. Aparentemente ser atencioso e gravar cd’s recheados de compilações especiais para Tris não foi o suficiente. Norah, como não podia deixar de ser em uma comédia romântica, é a menina linda que se acha feia e quase convence a todo mundo disso por usar jeans surrados e moletons folgados. O encontro entre os dois parece inevitável, e acontece da maneira mais inusitada possível, pois Norah pede para Nick fingir ser seu namorado por cinco minutos para não admitir justamente para a “colega” de escola Tris que saiu sozinha aquela noite. (antes do filme, há um livro, onde a situação é inversa, pois é Nick quem faz o pedido para provocar ciúmes na ex). Tudo isso logo após o show da banda dele em um boteco qualquer de Nova York.

Pois é! Até aí nenhuma novidade. E não espere que elas apareçam até o fim. A noite segue com a busca a uma amiga bêbada que se perde e com a tentativa desesperada de se achar o lugar onde a banda preferida da turma vai se apresentar em um show surpresa. O que faz um filmes desses me ganhar é justamente essa falta de pretensão. Kat Dennings (a protagonista Norah) está linda e é a dona da cena o tempo todo, mas tirando ela não encontramos atuações esplendorosas e o roteiro também não é de uma originalidade assustadora. Só que é justamente um pouco dessa falta de compromisso que precisamos ter mais hoje em dia. Juno foi o sucesso que foi justamente fazendo isso, não falando de absolutamente nada demais. Deu a sorte de olharem para ele. Ainda bem!

Bom, já estou meio que me justificando de novo.

A trilha sonora é um capítulo a parte. Composta quase que totalmente por gente semi-desconhecida como Band of Horses, The Submarines, We are the Scientists e Vampire Weekend, ainda tem gente bem legal que nem de longe sonha em ser conhecido por aqui. É daquelas trilhas que me pegam nos primeiros cinco segundos e garantem que eu já comece a assistir um filme completamente desarmado. Sempre dá certo.

Nick and Norah’s infinite playlist é um filme sobre fazer compilações de músicas bonitas para a namorada. Sobre entender que “I want a hold your hand” é a melhor coisa para se dizer em uma canção pop. Sobre passar uma noite ou outra preocupado com sua banda predileta tocando sabe-se lá aonde. Sobre o princípio básico da teoria “hornbyana”, que salienta a importância daquilo que gostamos: discos, filmes, livros.

Agora, aos 30 anos, não quero ser tão cínico a ponto de esquecer essas coisas todas. Por mais que isso me carimbe na testa o rótulo de eterno adolescente, que se dane!

Leia também o livro: Nick & Norah – Uma noite de amor é música
Autores: Rachel Cohn e David Levithan
Editora: Galera Record
Páginas: 220
Preço: R$29,00
Trailler:



2 comentários:

  1. É por isso que eu te amo! rs
    Não é à toa que o primeiro filme que vimos juntos foi nesse estilinho delicioso...
    Gamei no texto e agora estou com mais vontade ainda de ver o filme.

    Ah, adorei o carro do Nick!

    Bjo, bjo, bjo

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  2. Entre prateleiras de uma locadora, Robert se perderia nas comédias românticas!

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