quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A trilha sonora de nosso tempo: Weezer - Raditude (2009)

Deve ser a coisa mais difícil do mundo do rock ser um integrante do Weezer. Depois de estrearem com Wezzer (Blue Album) e Pinkerton, duas jóias obrigatórias em qualquer discoteca de rock alternativo dos anos 90, passaram a ser cobrados incessantemente a cada trabalho novo. E dá-lhe porrada a cada lançamento que não agradasse aos indies chatos (desculpa o pleonasmo): Weezer (Green Album), Maladroid, Make Believe e Weezer (Red Album).

E quem é que pensou que seria diferente com Raditude, sétimo disco de estúdio do grupo? Bom, eu confesso ter uma tendência ao otimismo, o que acaba se revelando no fato de que uma banda na verdade não precisa fazer muito pra me agradar. Mas eu não quero que isso interfira na interpretação do que estou escrevendo sobre o álbum novo dos caras.

É claro que comparar ao começo de carreira arrebatador, principalmente ao “disquinho azul” é covardia. Porque é claro que nada vai se comparar ao que foi feito ali (minha preferida é desse CD: Undone - Sweater song). Se ser equiparado a outros artistas de um mesmo estilo ou de uma mesma época já é ruim, imagina ser comparado a si mesmo, só que 15 anos atrás? Se essa pressão não rolasse, muitos veriam que em cada um dos trabalhos seguintes havia o que se aproveitar. Eu, particularmente, gosto muito do Maladroid e de sua atmosfera mais rocker.


Buddy Holly - Spike Jonze na direção do primeiro sucesso

O mais interessante é que a própria banda parece não se importar muito com isso. O que contraria completamente o início dessa resenha. Rivers Cuomo é um nerd tão blasé que parece nunca estar empolgado com nada. Os outros integrantes - Brian Bell (guitarra), Patrick Wilson (bateria) e Scott Shriner (baixo) - estão sempre com cara de festa, curtindo fazer os videoclipes e os shows. Ou seja, aproveitando a maravilha que é estar em uma banda de rock.

Acho que também por isso nunca costumo ligar muito pro que dizem sobre cada disco novo deles. Desta vez, por exemplo, li um comentário na comunidade da banda no Orkut em que um fã dizia: “música 1 – chata, música 2 – ruim, música 3 – mais ou menos”. Haja paciência!

E Raditude é bom. Acho até que mesmo se comparássemos a outro trabalho, poderia se afirmar que é muito bom. Possui muitas das características daquele começo da banda. Mas como a intenção aqui é fugir das comparações, mudemos de parágrafo.

(If You're Wondering If I Want You To) I Want You To é a abertura do álbum e também a primeira música de trabalho. Deixa claro uma qualidade a mais da banda, a de saber escolher seus singles. É uma das mais agitadas e a mais pop, mas não a melhor. Esse papel é disputado por algumas outras.


Undone (The Sweater Song) - Minha preferida

Impossível negar a aproximação da banda com uma sonoridade mais moderna em Raditude. Isso pode se confirmar nas audições de I'm Your Daddy, Can't Stop Partying (com direito a rap) e I Don't Want to Let You Go, uma balada meio Keane, meio qualquer banda emo. Para mim, a melhor dessas e uma das melhores do disco todo.

Há também um momento de estranheza maior que a causada pelo rap. Em Love Is the Answer surgem cítaras e melodia cantadas por uma voz indiana. É, no mínimo, curioso.

Mas o que empolga mesmo são as canções com DNA 100% Weezer. São elas que seguram o disco. E serão certamente as mais elogiadas. The Girl Got Hot tem essa “cara” desde o começo. Trippin' Down the Freeway, Let It All Hang Out e In The Mall são outras com essas características mais marcantes o grupo.

Mas minhas favoritas já foram escolhidas: Put Me Back Together é totalmente Weezer. Ritmo suave, crescendo no refrão e letra loser até a alma. The Prettiest Girl In The Whole Wide World, presente somente na edição Deluxe, é exatamente a mesma coisa. E ainda supera a primeira em minha predileção.

Get Me Some, Run Over By a Truck e The Underdogs completam o time das faixas-bônus de Raditude Deluxe Edition. Para os usuários do i-tunes há ainda dois outros presentinhos. The Story Of My Life (não ouvi) e a impagável versão de Kids, do MGMT e Poker Face, da Lady Gaga, que juntas e na voz de Rivers Cuomo ficam bem legais.


Beverly Hills - Aonde nenhum outro nerd ousou estar

Não haverá nunca mais outro Blue Album, assim com o Teenage Fanclub não trará outros Bandwagonesque ou Grand Prix e nem os fãs de Pixies poderão esperar outro Doolitle. Parece óbvio demais, mas se parassem de comparar cada trabalho novo de suas bandas preferidas com as obras primas já produzidas por elas, esses indies chatos (ops, pleonasmo de novo) iriam curtir muito mais um disco com Raditude. Mas é claro que essa resenha elogiosa é escrita por alguém a quem não é muito difícil de agradar, musicalmente falando.

Agora confira aqui o novo clipe: (If You're Wondering If I Want You To) I Want You To

Outros vídeos: Island in the sun, Hash Pipe, Dope nose, Keep Fishing, Troublemaker, Porks and Beans, Kids/Pokerface

Um comentário:

  1. Oi, Roberto!
    rsrs... nem sei como vim parar no teu blog! Mas valeu!
    Gostei do q encontrei aqui! Tanto q vou te seguir... rsrs...
    Beijinho!

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